Euribor: Queda das taxas reduz encargos dos créditos à habitação
A taxa Euribor registou novas quedas em setembro de 2023 nos prazos a três, seis e 12 meses, com mínimos históricos recentes. Esta descida das taxas é relevante para milhares de portugueses com créditos à habitação de taxa variável, uma vez que a Euribor é o principal índice de referência para o cálculo das prestações mensais. Com a descida das taxas Euribor, especialmente nos prazos a seis e a 12 meses, os consumidores podem esperar uma redução nas suas mensalidades. No entanto, é importante compreender o impacto global destas alterações, considerando outros fatores como a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e o comportamento das taxas de juro a nível global. Saiba mais detalhes sobre a Euribor.
O BCE, na sua reunião de setembro, manteve a política de redução das taxas, seguindo um movimento iniciado em julho. A expectativa é que estas quedas nas taxas Euribor continuem a proporcionar algum alívio financeiro às famílias, depois de anos de aumentos sucessivos.
O que é a Euribor e porque é importante?
A Euribor (Euro Interbank Offered Rate) é a taxa de juro à qual os principais bancos da Zona Euro estão dispostos a emprestar dinheiro entre si. Esta taxa é utilizada como referência para diversos produtos financeiros, nomeadamente os empréstimos para a compra de habitação. A sua variação tem um impacto direto nas prestações mensais dos créditos à habitação com taxa variável, fazendo com que qualquer alteração na Euribor tenha reflexos imediatos no orçamento das famílias.
A Euribor é calculada para diferentes prazos, sendo os mais comuns a três, seis e 12 meses. Em Portugal, a Euribor a seis meses é a mais utilizada, representando cerca de 37,1% dos contratos de crédito à habitação. A taxa a 12 meses também é relevante, correspondendo a 34,2% dos contratos, enquanto a taxa a três meses abrange cerca de 25,4% dos empréstimos.
Como é calculada a Euribor?
A Euribor é determinada com base na média das taxas às quais 19 bancos da Zona Euro se propõem a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário. Estes bancos reportam diariamente as suas taxas de oferta e, a partir desta informação, é calculada uma média que define a Euribor para diferentes prazos.
Esta taxa é amplamente utilizada pelos bancos para definir os juros a aplicar aos empréstimos à habitação e outros créditos de taxa variável, refletindo as condições do mercado monetário europeu.
Impacto da Euribor nos empréstimos à habitação
A evolução da Euribor é um dos fatores mais importantes na determinação das prestações mensais de quem tem um crédito à habitação com taxa variável. Sempre que a Euribor desce, como está a acontecer atualmente, as prestações tendem a baixar, o que representa um alívio financeiro para os consumidores. Por outro lado, quando a Euribor sobe, as prestações aumentam, o que pode levar a dificuldades no cumprimento dos pagamentos.
Em Portugal, onde a maioria dos créditos à habitação tem taxa variável, a relação com a Euribor é particularmente significativa. As famílias que têm empréstimos associados a esta taxa devem estar atentas às variações e adaptar o seu orçamento às alterações que possam ocorrer.
Política monetária e variação da Euribor
A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) tem um impacto direto na variação da Euribor. Nos últimos meses, o BCE tem adotado uma política de redução das suas taxas de referência, com o objetivo de estimular a economia da Zona Euro. Em setembro de 2023, o BCE desceu a sua taxa diretora em 25 pontos base, seguindo uma tendência iniciada em julho, quando o banco optou por manter as taxas inalteradas após várias subidas consecutivas desde 2022.
Este ciclo de descidas das taxas está a influenciar diretamente a Euribor, que também está a descer, especialmente nos prazos mais longos, como os seis e os 12 meses.
Variações atuais da Euribor e o seu impacto
Em setembro de 2023, a Euribor a três meses registou uma queda para 3,436%, enquanto a taxa a seis meses, que é a mais utilizada em Portugal, desceu para 3,184%. A Euribor a 12 meses caiu para 2,918%, o que marca novos mínimos em várias frentes, desde maio a dezembro de 2022.
Estas descidas representam um alívio para quem tem créditos à habitação com taxas variáveis, uma vez que poderão pagar menos nas suas prestações mensais. Por outro lado, a perspetiva de que a Euribor continue a descer até ao final do ano, com os analistas a preverem taxas em torno de 3%, reforça o otimismo de que as famílias terão mais capacidade de gestão financeira nos próximos meses.
O que esperar nos próximos meses?
Com as atuais tendências de queda da Euribor, a expectativa é que os juros dos empréstimos à habitação continuem a descer até ao final de 2023. Além disso, o comportamento das taxas de juro nos EUA, influenciado pelas decisões da Reserva Federal, também pode ter um impacto indireto na evolução da Euribor. Se as condições económicas globais permitirem, poderemos ver a Euribor estabilizar-se em níveis mais baixos, oferecendo um alívio adicional às famílias portuguesas.
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